segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Porque também falamos sério!

Agora,todas as segundas, vamos falar sério! Com uma nova perspectiva, iremos abordar temáticas diversas, com um olhar mais sério, afim de continuar entretendo, mas também ajudando e acolher! Aproveitem e boa leitura!



A FANTASIA DO "BEBÊ JOHNSON" E MEU FILHO GAY

Sempre associamos que a nossa existência está diretamente ligada à nossa concepção (no encontro do óvulo e do espermatozoide) - e não pretendo aqui discutir religião e aonde se inicia a vida. Refiro-me aqui, à nossa existência de filho(a).

Passamos à existir inicialmente enquanto uma ideia, um desejo ou um projeto de duas pessoas que decidem gerar uma criança. Não existimos concretamente, mas já temos uma história familiar, um sobrenome, traços de personalidade, trejeitos e perspectivas oriundos de nossos pais. 

Nossos possíveis nomes contém sonhos e perspectivas de nossos pais. Os meninos têm um time de futebol pelo qual torcer, estilos de se vestir e toda uma idealização de um futuro sonhado e desejado pelos futuros pais; constituindo um indivíduo pleno - quando a concepção, em muitos casos, ainda não tenha ocorrido.

Esses sonhos e projetos são permeados pela nossa fantasia social de perfeição - personificado pela representação dos bebês que estampam as fraldas da marca Johnson&Johnson. O nosso bebê é perfeito em todos os aspectos e é assim que são sonhados nossos filhos.

Mas e quando esse bebê não sai como sonhado?! O que fazer quando nosso garotinho ou nossa garotinha se relaciona com alguém do mesmo sexo?! E o principal: o que fazer com todos os sonhos de uma vida planejada, heterossexual, com casamento na igreja, netos e todo o resto?!

Esses pais entram em um processo de luto. É uma morte, mesmo que simbólica, de um filho que já não existe mais. E a vivência desse luto é o que comumente gera os grandes conflitos vivenciados pelo "sair do armário". Não só vive-se a frustração dos sonhos, como entra em conflito questões pessoais ou religiosas e aquele "pedaço de mim".

Inicia-se então, um longo e nem sempre fácil, processo de redescoberta entre pais e filhos...e nesse processo é necessário que tanto filhos, quanto pais, se reencontrem e se reconectem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Seu texto foi uma leitura agradável. Chegou quando não esperava e quebrou a sequência de postagens que a muito tempo tinha o mesmo estilo.
Confesso que as palavras lidas se misturaram às palavras recordadas. É a partir desta construção reflexiva que lhe parabenizo por essa inovação no blog.
A boa palavra se alimenta de silêncios e pausas. Um grande escrito costuma nascer de profundas e fecundas experiências de contemplação da realidade.
A responsabilidade de suas palavras encorajam os seus leitores à refletir mais sobre o assunto. Parabéns, continue sempre assim.

Alex&Elisa disse...

Obrigado pelo retorno positivo!

Beijo do Alex

 
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