segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Porque falamos sério IV



A PELE QUE HABITO


Não. Não pretendo falar sobre Almodôvar e o filme que tem o mesmo título que inicio esse texto. Mas ele resume bem uma questão importante do ser humano: o nosso EU superficial que veste nosso EU interior.

Saber-se implica muito mais do que descrever-se. Implica em ter uma real compreensão de todas as partes que compõem o nosso todo. E sexualidade é uma dessas partes que nos compõem, mas não são o todo.

A sua identidade não está nos roupas, cor de cabelo, acessórios e marcas que nos vestem. Nem em ser "médico" ou "advogado". Como sou enquanto médico, como se expressa meu "eu-advogado", sim. Isso diz de mim. 

Ser gay não é vergonhoso. Não é errado. Mas deveria ser tudo o que te representa?!

Calma! Não estou pregando contra "sair do armário", sobre viver em guetos...

Falo sobre a soma de todas as partes, incluindo minha sexualidade, que fazem de mim quem sou.

Você pode ser gay, hetero, médico, flamenguista ou luterano. Mas se foi apenas isso que te representa, você perde de ter ao seu lado pessoas que vão se aproximar por você ser um bom filho, um bom profissional, um amante da música clássica e tudo o que você for!

Lembre-se: Você é filho, irmão, sobrinho, neto, amigo, amante, vizinho, primo, profissional e milhares de muitas outras partes...

Torcer pelo "vasco" ou pelo "flamengo" não diz QUEM você é. Diz apenas ALGO que você TAMBÉM é! 

2 comentários:

Enio disse...

esse fim de semana discutia isso com um amigo, a sexualidade é somente um pedaço dentro da imensidão do que somos, não constitui unicamente sua personalidade, preferencias ou hobbies.

Pablo disse...

Não deixe o mundo te definir.
Ser gay não é o que me representa, é algo apenas o que acontece dentro de 4 paredes com outra pessoa.

Ótimo texto :)

Parabéns por manter firme no blog.

Abraços

 
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